A Revanche da Cultura Popular Sobre a Cultura de Massa

03/04/2010



Logo após a queda do Muro de Berlim e a derrocada do Socialismo, muitos historiadores e pensadores deram como certo o “fim da história” e a hegemonia despótica do sistema capitalismo a nível global. No início dos anos 1990, o maior fenômeno da história dos homens toma forma e abrangência: a globalização. Dentre suas várias facetas (econômica, financeira e técnica), a mais desafiadora e eficaz é, sem dúvida, a globalização cultural. Generalizando os exemplos, hoje nós assistimos aos mesmos filmes (hollywoodianos), comemos as mesmas comidas (fast foods), vestimos as mesmas roupas (jeans), falamos a mesma língua (inglês), ouvimos as mesmas músicas (pop/rock) e comungamos de um pensamento universal (todos ligados às redes sociais), relativista (“tudo que é sólido se desmancha no ar”) e policultural (não numa perspectiva de respeito às microculturas, mas de inclusão de todos no sistema capitalista de consumo). Cria-se, portanto, paralelamente ao sistema-mundo político-econômico, um sistema-mundo cultural, resultante da produção cultural que privilegia a hiperinformação como instrumento de difusão de valores desse novo ideário. Essa cultura de massa sobrepujante é produto de uma conjugação de esforços mercantilistas que utilizam os meios de comunicação de massa (TV, rádio, revista, jornal e internet) para transformar cultura em mercadoria, algo que pode ser absorvido e comprado, e, além disso, construir um projeto comum e hegemônico. Esse projeto de cultura padronizada despopularizou a cultura popular com uma nova forma de censura. Não se proíbe ou taxa de “mau gosto” ou “baixa qualidade” a cultura popular, o argumento mercadológico mais usado é o de “isso não vende mais”, quando na verdade, para “vender” cultura basta repeti-la à exaustão.
Não tão visível, observamos um combate silencioso travado pela cultura popular (sim, aquela produzida fora dos contextos institucionalizados e mercantis). Os mesmos instrumentos, utilizados para massificar uma conduta cultural hegemônica, vêm sendo utilizados para a emancipação de comunidades indígenas, comunidades periféricas e movimentos populares e de contracultura. O acesso aos novos meios de telecomunicação, microeletrônica e informática (telemática) proporciona a criação de novas formas de mobilização na “periferia” do sistema-mundo cultural. Essa oportunidade possibilita à “periferia” criar novas formas de inventar/reinventar o mundo, formar opinião e debater assuntos centrais através da arte.
Assistimos uma verdadeira revanche da cultura popular sobre a cultura de massa, utilizando instrumentos que, originalmente, foram criados no berço da cultura padronizada. Documentários realizados com câmeras digitais comuns, curtas-metragens feitos com câmeras de telefones celulares, músicas produzidas em home studio, a ascensão das “rádios-favela”, o uso da blogosfera para questionar as “verdades” jornalísticas...
 
 
(fonte: http://alerta21.ning.com/page/o-alerta-21)

A vaca, e o precipício... (Lição de moral)

01/04/2010



Um sábio passeava por uma floresta com seu fiel discípulo, quando avistou ao longe um sítio de aparência pobre e resolveu fazer uma breve visita.
Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos, também com as pessoas que mal conhecemos.
Chegando ao sítio constatou a pobreza do lugar. A casa era de madeira, faltava calçamento e os moradores, um casal e três filhos, trajavam roupas rasgadas e sujas.
Ele se aproximou do pai daquela família e lhe perguntou:
“Neste lugar não há sinais de pontos de comércio e de trabalho. Então, como o senhor e a sua família sobrevivem aqui?”
O senhor calmamente lhe respondeu:
“Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros de alimentos e com a outra parte nós produzimos queijo, coalhada e outros produtos para nosso consumo. Assim, vamos sobrevivendo”.
O sábio agradeceu a informação, contemplou o lugar por alguns momentos, despediu-se e partiu. No meio do caminho, voltou ao seu fiel discípulo e ordenou:
“Aprendiz, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali na frente e a empurre, jogando-a lá embaixo”.
O jovem arregalou os olhos espantando e questionou o mestre sobre o fato de a vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família. Mas, como percebeu o silêncio absoluto do seu mestre, foi cumprir a ordem. Assim, empurrou a vaquinha morro abaixo e a viu morrer.
Aquela cena ficou marcada na memória daquele jovem durante alguns anos e um belo dia ele resolveu largar tudo o que havia aprendido e voltar naquele mesmo lugar e contar tudo àquela família, pedir perdão e ajudá-los.
Assim fez e quando se aproximava do local avistou um sítio muito bonito, com árvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou triste e desesperado imaginando que aquela pobre família tivera que vender o sítio para sobreviver.
Chegando no local, foi recebido por um caseiro muito simpático e perguntou sobre a família que ali morava há uns quatro anos, ao que o caseiro respondeu:
“Continuam morando aqui”.
Espantado, ao encontrar os familiares, viu que se tratava das mesmas pessoas que visitara com o mestre. Elogiou o local e perguntou ao dono:
“Como o senhor melhorou este sítio e está tão bem de vida?”
E o senhor entusiasmado lhe respondeu:
“Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daquele dia em diante tivemos que fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos. Assim, alcançamos o sucesso que seus olhos vislumbram agora”.

Autor: Cultura popular (desconhecido)

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